“É um processo rápido. Eu andava quando o vírus atingiu meu corpo. Parei de andar em três dias e não falava mais. Quando adoeci, eu já não usava fraldas, comia sozinha. Regredi com o desenvolvimento infantil para um bebê de dias”. A fala é da bancária Lecir Andréia Martins Magalhães. A belo-horizontina de 48 anos, mãe de um filho, teve poliomielite em 1975, poucos meses antes de completar dois anos de idade. “Estou em uma cadeira de rodas por causa da pólio”, diz. Perto do fim da campanha nacional de vacinação, ela aconselha as famílias a imunizar as crianças contra a doença, que pode até matar.
doença
A poliomielite é uma doença contagiosa que, por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca de pessoas infectadas, pode contaminar crianças e adultos. Não há tratamento específico para a pólio. Os sintomas iniciais são febre, fadiga, dor de cabeça, vômitos, rigidez do pescoço e dor nos membros. Aproximadamente 1% das infecções resulta em paralisia flácida, de início súbito e que afeta, geralmente, um dos membros inferiores. A doença também pode levar ao óbito.
Quem deve se vacinar
A vacinação é o único caminho para manter a proteção das crianças contra a poliomielite, eliminada no Brasil desde 1994. Existem duas vacinas disponíveis na rotina dos serviços de saúde: a vacina inativada poliomielite (VIP), que é injetável; e a vacina oral poliomielite (VOP).
A vacina contra a poliomielite é gratuita e está disponível nos postos de saúde de todo o país ao longo do ano. O esquema vacinal é composto por três doses injetáveis no primeiro ano da criança, aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de vida, com intervalo de 60 dias entre as doses.
Depois, aos 15 meses de idade, deve ser administrada a primeira dose de reforço. O segundo reforço deverá acontecer aos 4 anos de idade. Para essas duas doses, é realizada a administração de duas gotas, exclusivamente pela via oral.