O projeto de pesquisa e extensão universitária Corpos Trans e Travestis na Universidade de São Paulo (Corpas Trans na USP), que visa promover ações de enfrentamento à transfobia na universidade, lançou na data do dia da visibilidade uma pesquisa quantitativa para realizar um mapeamento e conhecer as pessoas trans e travestis de todos os campi da USP, seus anseios e as dificuldades enfrentadas.
Podem responder ao questionário quem tiver idade igual ou superior a 18 anos, ser uma pessoa trans ou travesti que pertença a um dos grupos da comunidade USP: discentes de graduação ou de pós-graduação, servidores técnico-administrativos, pesquisadores de pós-doutorado, e docentes.
O questionário será respondido de maneira completamente anônima, com a privacidade das pessoas sendo respeitada, com o nome e qualquer outro dado de identificação sendo mantidos em sigilo.
“Precisamos conhecer quem são as pessoas trans que frequentam a Universidade de São Paulo, seus anseios e as dificuldades enfrentadas. Os resultados desta pesquisa auxiliarão no conhecimento da população trans (suas necessidades socioeconômicas, seu bem-estar físico e psicológico, e sua resiliência) e fundamentarão o desenvolvimento de medidas e políticas institucionais para tornar a Universidade de São Paulo mais diversa e inclusiva à população trans e travesti”, explica a equipe do projeto na introdução do questionário.
Toda a equipe do projeto – formada por docentes, estudantes de graduação e pós-graduação – é composta somente por pessoas trans. Dos nove integrantes, sete são vinculados à FFLCH: cinco estudantes de graduação, uma mestranda e uma docente.
Em conversa no podcast MamuCast!, a docente Silvana Nascimento, do Departamento de Antropologia, adiantou o que pretendem fazer com os dados do mapeamento inicial que será feito na pesquisa.
"A partir deste mapeamento inicial, deste questionário quantitativo (...), a gente depois vai fazer entrevistas em profundidade com algumas pessoas que queiram participar da pesquisa para a gente um pouco entender como é que se dão estas vivências trans na USP", disse Silvana, que elencou também alguns problemas já identificados: em relação ao nome social e ao uso do pronome correto, múltiplas formas de transfobia nas salas de aula, nos banheiros e nos espaços de convivência.
A pesquisa pode ser acessada por este link e os resultados serão disponibilizados e publicados no site do projeto.