Revista ABRAMUS: O funk saiu do eixo Rio-São Paulo e conquistou o Brasil. Você acredita que o ritmo venceu a batalha do preconceito?
MC Guimê: Estamos dia a dia lutando contra essa resistência com o estilo, mas acredito que vencemos uma grande parte, pois fomos nos profissionalizando ao lado de uma equipe que já tem experiência e com um nível de trabalho muito melhor.
RA: Você vem de família humilde e começou a trabalhar desde cedo. Como surgiu a ideia de fazer funk e como conseguiu se inserir no mercado da música?
MG: Sim, vim de família humilde, mas sempre sonhei em trabalhar com música. A oportunidade surgiu quando estava promovendo alguns shows na cidade onde morava (Osasco). Foi lá que subi pela primeira vez em um palco.
RA: No início da carreira, você tinha ideia de que poderia conquistar tantos fãs? Como se relaciona com eles?
MG: No início não sabia se daria certo, mas apostei e conquistei meu espaço. Minha relação com os fãs é sempre direta e pelas redes sociais, onde conto tudo o que está acontecendo, minhas vitórias e conquistas. Como digo, eles são minha família.
RA: Você se apresenta em casas de shows de alto padrão e mostra seu trabalho para a classe A. Há alguma identificação da música com esse público? Como tem sido a recepção?
MG: Hoje, nos apresentamos em todos os tipos de lugares e para todas as classes. A recepção é muito boa! Tanto o público A quanto o da quebrada sempre estão para curtir a festa.
RA: E não foi só a elite que se rendeu ao seu trabalho. Da periferia às áreas nobres, de crianças e adolescentes até adultos estão com suas músicas na ponta da língua. Como você vê esse resultado?
MG: Vejo como uma vitória. É o sonho de todo artista ser reconhecido pelo seu trabalho. Uma criança cantando não dá nem para explicar qual é o sentimento. Recebo milhões de vídeos de criancinhas cantando. Fico muito agradecido por isso.
RA: Sua música esteve presente em trilha sonora de novela e entra em lugares que as pessoas sequer imaginavam que o funk poderia estar. Como se sente em ver esse reconhecimento de seu trabalho?
MG: Acho que tudo isso é um prêmio para mim, que carregarei por toda minha vida. Estou muito feliz. Nunca imaginei chegar aonde chegamos, estar com essas pessoas que sempre admirei. E estamos trabalhando para que tudo isso seja muito maior.
RA: Sua rotina de shows é bastante puxada. Sobra tempo para o lazer, curtir com a família, estar com os amigos?
MG: Sim. Sempre que tenho folga ou estou em São Paulo, procuro estar com a minha família, com a minha irmãzinha, por quem sou apaixonado. Além dos meus amigos, curtindo também.
RA: O que o funk trouxe de bom?
MG: Tudo! Reconhecimento, respeito e realizações de sonhos.
RA: Quais são suas referências musicais? Tem desejo de gravar com alguém em especial?
MG: Estou realizando dia a dia esses sonhos em gravar parcerias. Gravei com Zezé Di Camargo e Luciano, Claudia Leitte, Emicida, Anitta, Henrique e Diego. Minha referência sempre foram os Racionais MCs.
RA: Quais os projetos para 2015?
MG: Estou terminando de gravar meu CD e lançaremos até o início do segundo semestre.
RA: Você compõe desde cedo e conquistou sua fama e reconhecimento por meio de suas canções. Nesse sentido, como vê a importância dos direitos autorais?
MG: É importante para termos direitos sobre o que criamos. Resguarda-nos de várias coisas.
RA: Como tem sido sua parceria com a ABRAMUS? Por que escolheu a Associação para cuidar de seus direitos autorais?
MG: Por ser uma Associação séria e que cuida das nossas obras, nunca tive problemas e por isso escolhi a ABRAMUS.
Por Agência Nova RS
Revista Abramus, Edição 29